Guerra da Coreia



GUERRA DA COREIA


(Ensino Médio - CEPESF, 3º DM) 
Elisângela Cristo;
Ester Silva;
Fernanda Mendes;
Geisiele Soares;
Layla Rego;
Maria Vitória;
Nicole Lucena;
Paulo Cézar;
Sinara Bacellar;
Thais Andrade.

Yuri Oliveira (CEPESF – Professor de Geografia)
Wagner Aragão (CEPESF – Professor de História)


RESUMO

Este artigo tem por objetivo apresentar o contexto histórico da Guerra da Coreia e os aspectos geográficos dos países que se desenvolveram após esse episódio. A metodologia consistiu na utilização de pesquisa exploratória, incorporando fontes de pesquisa primárias. Assim, é possível analisar o cenário desde o século passado até os dias atuais, os fatores, as consequências, as estatísticas e as características desse acontecimento. Os resultados do estudo são relevantes para compreender algumas questões que ocorreram tanto passado quanto na atualidade.

Palavras-Chave: Divisão da Coreia. Paralelo 38º. Guerra Fria. Território Coreano. Ocupação Estrangeira.

ABSTRACT

This article aims to present the historical context of the Korean War and the geographical aspects of the countries that developed after this episode. The methodology consisted in the use of exploratory research, incorporating primary sources of research. Thus, it is possible to analyze the scenario from the last century to the present day, the factors, the consequences, the statistics and the characteristics of this event. The results of the study are relevant to understanding some of the issues that have occurred in the past as well as today.

Word-Key: Division of Korea. Parallel 38th. Cold War. Korean Territory. Foreign Occupation.


INTRODUÇÃO

O conflito armado que ocorreu entre a Coreia do Norte e a Coreia do Sul nos anos de 1950 a 1953, que se denominou: Guerra da Coreia. Esta teve apoio dos Estados Unidos e da União Soviética por motivos de conflitos geopolíticos, pois, os EUA defendiam a doutrina capitalista, e a URSS defendia os ideais do socialismo. Também se caracterizou por ser o primeiro conflito armado da Guerra Fria, e amedrontou países do mundo todo, por estar diretamente associado a duas grandes potências militares o que poderia ocasionar uma guerra nuclear. 
 
O objetivo da pesquisa é reunir a maior quantidade de informações sobre os dois países asiáticos, de forma que evidencie como se deu a divisão territorial entre eles e como é encontrada essas características em ambos os lados da fronteira coreana. 
 
Está organizado em dois capítulos. No capítulo 1 será abordado os aspectos geográficos da Coreia do Norte e da Coreia do Sul, apresentando nos sub tópicos, as características gerais, o clima, a vegetação, o relevo, a hidrografia, todos encontrados em sua devida região, além da exibição do território através de capturas retiradas do aplicativo Google Earth. 
 
O capítulo 2 está dividido em três sub tópicos, e nele é possível encontrar o contexto histórico da Guerra da Coreia, os antecedentes, os fatores e os estágios desse conflito, as consequências e o pós-guerra. Apresentando os acontecimentos desde da ocupação japonesa nas terras coreanas até o período posterior à assinatura do armistício. 

1. ASPECTOS GEOGRÁFICOS

(Coreia do Norte: 40.34ºN, 127.51ºE)
(Coreia do Sul: 35.91ºN, 127.77ºE)

(Pyongyang: 39.04ºN, 125.76ºE)

(Seul: 37.57ºN, 126.98ºE)

1.1 Características Gerais

A Coreia do Sul é um país com uma área de 100,2 mil km², com uma população de 51,6 milhões de habitantes, e é considerada uma das maiores densidades demográficas do mundo com 493 hab./km². O país está localizado na Ásia Oriental, em fronteira com a Coreia do Norte, separado da China com o Mar Amarelo e do território japonês com o Mar do Japão. A sua capital é Seul. Seu ponto mais baixo é o Mar do Japão com 0 metro e o ponto mais alto é a Montanha Halla-san com 1950 metros. Seus recursos minerais são o carvão mineral, tungstênio, grafite, chumbo e molibdênio. 

Localizada na Ásia Oriental, a Coreia do Norte tem sua área de 120.538 km², sendo 120.408 km² de terra e 130 km² de água, fazendo fronteira com a China, Rússia e Coreia do Sul, sua extensão territorial é de 2.495 km e tem aproximadamente 23,9 milhões de habitantes. O ponto mais elevado do país é a Montanha Baekdu, na fronteira da Coreia do Norte com a China, com 2.744 metros de altura, e o ponto mais baixo é o Mar do Japão com 0 metro ao nível do mar. Contendo carvão, minério de ferro, calcário, metais preciosos, chumbo e cobre como seus principais recursos minerais. 

1.2 Clima

Na Coreia do Sul o clima que predomina é o continental caracterizado pela variação de temperatura que acontece na divisão da Coreia do Norte, no norte e no centro durante o ano. Normalmente as temperaturas caem para -0 °C nos meses de inverno que são secos. Próximo à costa do sul, passam a serem temperadas, em épocas frias as temperaturas ficam baixas, porém, consideradas altas comparadas a outros países. No verão fica entre 25 °C com a umidade elevada. 
 
Na Coreia do Norte o clima também é continental, predominando na região o temperado, porém, varia entre quatro estações: primavera, sendo fresca, frequentemente nebulosa; verão, quente, úmido, com muitas chuvas; outono, variável, ensolarado e seco; inverno, muito rigoroso e seco. 

1.3 Vegetação

No território sul-coreano predomina a floresta temperada, variando conforme sua latitude com arvores de folhas largas, perdendo suas folhas durante a estação seca e espécies de bioma como pinheiro e abetos. Com o povoado e a industrialização crescendo acabou diminuindo as florestas. 
 
No território da Coreia do Norte predomina as florestas subtropicais e temperadas, estas florestas também sofrem com a intensa exploração e povoado. 

1.4 Relevo

A coreia do sul é um país montanhoso, apesar de nenhum dos seus picos passarem de 2.000 metros. Localizada no oeste próximo ao mar do Japão sua principal cordilheira é a T’aebaek. O ponto mais elevado do país é o Monte Halla que fica na ilha vulcânica de Cheju, um vulcão com altitude de 1.950 metros em seu cume. 
 
No território norte-coreano o relevo varia entre colinas e montanhas ao norte e leste, e planícies a oeste. Seu ponto mais alto é a montanha vulcânica Paekdu-san ou também conhecida como Montanha de Changbai que fica a 2.744 metros de altitude. 

1.5 Hidrografia

Formada por uma península que se amplia por 1100 km junto com a Ásia. Os países coreanos são rodeados pelo Mar Amarelo a oeste e pelo Mar do Japão. Sendo os principais rios da Coreia do Sul: o Han, Kum e o Naktong que tem suas nascentes em Taebaek, formando planícies extensas e cultiváveis. E os principais da Coreia do Norte: TumenYalu, Rio Imijin e o Taedong, com o Rio Amnok, que flui por 790 km, considerado o mais longo do território norte-coreano.

2. CONTEXTO HISTÓRICO

2.1 Antecedentes

A Península Coreana foi governada pelo Japão de 1910 a 1945. Essa ocupação foi considerada violenta por diversos fatores, entre eles, a exploração das terras e dos recursos minerais, o trabalho forçado, a sobreposição da identidade japonesa, além de inúmeros crimes sexuais cometidos contra coreanas. Devido a isso, a Coreia passou a prestar apoio aos americanos contra os japoneses durante a Segunda Guerra Mundial, acreditando que com os japoneses expulsos de seu território, iria conquistar a independência. 
 
Em 1945, o Japão é derrotado na Segunda Guerra e assina a sua rendição, dividindo a Coreia em duas zonas de influência, como determinado na Conferência de Potsdam em julho do mesmo ano. As duas grandes nações da época determinaram esta fragmentação, que tem como divisor o paralelo 38º, conforme seus interesses. O limite estabelece a divisão entre a Coreia do Norte (República Popular Democrática da Coreia), socialista e aliada da União Soviética, e a Coreia do Sul (República da Coreia), capitalista e aliada dos EUA. 

2.2 A Guerra da Coreia

Com a divisão da Coreia, as duas potências passaram a ocupar o território fragmentado por um período, formando governos influenciados pelos seus sistemas. Enquanto Kim Il-sung governava a Coreia do Norte, Syngman Rhee governava a Coreia do Sul. Ambos tinham o objetivo de reunificar a Coreia sob a dominância do seu respectivo sistema político e econômico. 

As ocupações militares das grandes nações chegaram ao fim em 1949, praticamente no mesmo período do fracasso das eleições de 1948 que resultou na independência e na criação oficial dos dois países coreanos, o que acentuou as tensões entre eles. A fronteira entre as regiões se torna alvo de conflitos armados, tendo como principal motivo as pretensões, tanto dos capitalistas quanto dos socialistas, de obter controle total da área. 
 
O norte-coreano Kim Il-sung tinha o objetivo de reunificar o país com a bandeira do comunismo, e já tinha planos e ações de invasão à Coreia do Sul, como, conquistar o apoio de Josef Stalin, que aceita somente porque temia a ascendência da China no local caso eles recusassem. Os soviéticos também temiam que o feito culminasse em um confronto direto contra os EUA, mas foram convencidos do contrário. 
 
E então, em 25 de junho de 1950, com o pretexto de que a Coreia do Sul havia ultrapassado o limite imposto, no caso, violado o paralelo 38º, o exército norte-coreano faz um ataque surpresa, invadindo o território sul e dominando sua capital (Seul), em 3 de julho. 
 
As Nações Unidas se posicionam contra o ataque e divulgam após dois dias das invasões a Resolução 83, autorizando o então presidente americano, Harry Truman, a enviar suas tropas lideradas pelo general Douglas MacArthur, que recebeu também soldados dos países aliados. 
 
Após resgatarem o território ao oeste dominado pelos norte-coreanos no início do confronto, os sul-coreanos e as forças dos EUA ultrapassam também o paralelo 38º. A URSS deu preferência a ceder apenas auxílio militar aos seus aliados, enquanto a China entra na guerra enviando seu exército como suporte à Coreia do Norte ao se sentir ameaçada pelas tropas da ONU, que haviam cruzado o norte encurralando os seus inimigos próximos a fronteira chinesa, no rio Yalu. 

A entrada dos chineses pressiona o lado sul a recuar, os fazendo conquistar Seul novamente em 1951, mas são detidos e dois meses depois são empurrados ao paralelo 38º. O cenário, que para muitos poderia resultar na Terceira Guerra Mundial, ficou equilibrado, porém, ainda ativo nas proximidades da fronteira coreana por mais dois anos, tendo como resultado uma grande quantidade de mortos. 
 
Com ameaças de uso de armas nucleares pelos Estados Unidos, se inicia uma negociação por um armistício. A negociação ocorreu em Panmunjon e o acordo foi assinado em 27 de julho de 1953, dando fim aos combates. Nada foi definido sobre o fim da guerra até hoje, já que não houve um acordo de paz, apenas uma suspensão dos conflitos. 

2.3 Consequências e Pós-Guerra

Todo este conflito no território coreano causou a morte de milhões de pessoas, se tornando o confronto mais sangrento da Guerra Fria e, apesar de assinado o armistício de paz a situação ainda é tensa entre as Coreias por conta das crises políticas e das realizações de armas nucleares na Coreia do Norte. 

As duas nações apresentam grandes diferenças socioeconômicas, após a guerra, a Coreia do Sul se reconstruiu com a ajuda dos Estados Unidos e passou então, da condição de país agrário para um dos integrantes do grupo Tigres Asiáticos, se tornando uma das potências mais desenvolvidas do mundo com a sua economia, investimentos na tecnologia e no sistema educacional. 

Enquanto isso, a Coreia do Norte continuou com o seu governo considerado hoje uma ditadura socialista, necessitando da ajuda humanitária de outros países e sendo apoiada ainda pela China. A agricultura é a principal atividade econômica desenvolvida no país. É possível enxergar modernidade nas principais cidades do país, além de avanços no serviço gratuito de educação, já o de saúde, também gratuito, não é tão eficaz. 

Conversas entre os líderes Kim Jong-um, atual líder do lado norte, e Moon Jae-in, presidente sul-coreano, tem acontecido com mais frequência nos últimos tempos. Em um encontro histórico, no dia 27 de abril deste ano, eles discutiram a desnuclearização dos países e prometeram um acordo de paz que colocaria fim à guerra iniciada  68 anos. 

CONCLUSÃO

As interferências estrangeiras que ainda existem no território coreano são causadoras de tensões em toda a população mundial, é possível compreender isso ao analisarmos as constantes ameaças e testes com armas nucleares que estavam acontecendo entre a Coreia do Norte e os EUA.

Todo o transtorno causado pela guerra poderia ter sido evitado se os interesses geopolíticos das grandes potências não fossem tão famintos. Dividiram os territórios e implantaram suas ideologias sem o mínimo pudor. Ideologias essas, refletidas nos aspectos econômicos e humanos de cada região, evidenciando a discrepância entre o socialismo e o capitalismo implantado nos países.

Por isso, é de grande importância que a assinatura de um acordo de paz se concretize com rapidez, para que eventos trágicos como este, capaz de separar uma nação, não se repitam.

REFERÊNCIAS

https://historiadomundo.uol.com.br/idade-contemporanea/guerra-da-coreia.htm
https://www.infoescola.com/historia/conferencia-de-potsdam/
https://www.infoescola.com/historia/guerra-da-coreia/
https://super.abril.com.br/mundo-estranho/o-que-foi-a-guerra-da-coreia/
https://www.todamateria.com.br/guerra-da-coreia/
https://www.sohistoria.com.br/ef2/guerracoreia/
https://www.dn.pt/mundo/interior/coreia-do-norte-estatisticas-para-desvendar-opais-mais-isolado-do-mundo-8801708.html
https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/coreia-sul.htm
https://brasilescola.uol.com.br/geografia/coreia-norte.htm

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